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Analistas apontam “exaustão do ciclo” com queda do BTC para US$ 112 mil

O Bitcoin, a criptomoeda mais famosa do mundo, passou por uma queda significativa nesta segunda-feira, atingindo US$ 112.000, o que representa uma desvalorização de 4% em apenas 24 horas. Essa queda não veio sozinha; também resultou na liquidação de aproximadamente US$ 1,6 bilhão em posições alavancadas, o que é bastante expressivo.

Nos bastidores, muitos analistas estão começando a alertar que a maré de otimismo em relação ao Bitcoin pode estar se esgotando. Eles observam sinais de “exaustão do ciclo”, o que indica que a moeda pode enfrentar mais desafios pela frente.

Bitcoin elimina liquidez na queda para US$ 112.000

O preço do Bitcoin despencou para US$ 111.980 em um cenário onde o mercado como um todo estava se ajustando. Essa queda acentuou a divergência em relação ao seu pico histórico de US$ 124.500, registrado em 14 de agosto, aumentando a diferença para 10%. A combinação dessa desvalorização com as liquidações no mercado de derivativos foi um prato cheio para os investidores ficarem preocupados.

Nas últimas 24 horas, mais de US$ 1,62 bilhão em posições longas foram liquidadas, sendo que só o Ethereum foi responsável por cerca de US$ 479,6 milhões. O Bitcoin, por sua vez, teve cerca de US$ 277,5 milhões em liquidações. Isso significa que US$ 1,7 bilhão desapareceu do mercado em questão de pouco tempo, deixando muitos traders surpresos.

Essa queda levou ao fechamento de 402.730 contas de traders que estavam apostando na alta, e o sentimento entre os investidores virou para um foco mais pessimista. Constatou-se que a liquidez em torno de US$ 112.000 foi consumida rapidamente, com mais de US$ 400 milhões em ordens de compra entre US$ 111.500 e US$ 110.000. Isso levanta a suspeita de que o preço do Bitcoin pode cair ainda mais para “varrer” essas ordens antes de qualquer recuperação.

O ciclo de alta do Bitcoin perdeu força?

Recentemente, uma expectativa em torno do corte de juros do Federal Reserve era vista como algo positivo para o Bitcoin. No entanto, esse movimento acabou não gerando o efeito desejado nos mercados, sugerindo que o ciclo de alta pode realmente estar fraquejando.

João Wedson, fundador da Alphractal, comentou que o Bitcoin já dá sinais de uma possível exaustão, embora muitos ainda não tenham notado. Métricas como o Spent Output Profit Ratio (SOPR), que avalia a lucratividade das transações de Bitcoin, estão apresentando uma tendência de queda, o que aumenta a possibilidade de novas correções.

Outra métrica importante, o índice de Sharpe, também mostrou resultados abaixo do que se esperava, indicando que a relação entre risco e retorno estava se deteriorando. Isso pode ser um fator desestimulante para investidores institucionais. Wedson tirou uma conclusão adicional: mesmo que o Bitcoin alcance novos picos, a lucratividade será baixa, e o foco deve gradualmente se voltar mais para as altcoins.

A razão de compra/venda dos takers do Bitcoin, um indicativo da psique dos traders, atualmente está em -0,79. Isso significa que as vendas ativas superam as compras, refletindo uma visão negativa do mercado. Níveis semelhantes a esses foram vistos anteriormente, em janeiro, quando o Bitcoin chegou a US$ 109.000 e, em seguida, iniciou uma correção que levou o preço para US$ 74.000 em abril.

Com esse cenário, a crescente pressão vendedora está ressaltando as fragilidades da estrutura de preços do Bitcoin. Os analistas estão divididos quanto à possibilidade de um rali em outubro, especialmente após a recente mudança negativa nos mercados.

E assim, o mundo das criptomoedas segue em constante movimento, apresentando tanto oportunidades quanto desafios.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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